IA Hoje
IA Hoje
05/07/2025 – A Geopolítica dos Dados e a Industrialização da IA
0:00
-10:37

05/07/2025 – A Geopolítica dos Dados e a Industrialização da IA

Análise da proposta do BRICS para remuneração de dados, o boom de fusões e aquisições em IA, os massivos cortes de emprego na Microsoft e o lançamento global do gerador de vídeo Veo 3 do Google.

Edição #186.2025

Faaaaaala, galera! No episódio do IA Hoje desse sábado, 5 de julho de 2025, testemunhamos a IA se consolidando como uma força industrial e geopolítica. De um lado, a "industrialização da IA" se acelera com um boom de fusões e aquisições e cortes de emprego em massa na Microsoft, mostrando que a automação deixou de ser promessa e virou realidade no balanço das empresas. Do outro, a "geopolítica dos dados" esquenta com uma proposta ousada dos BRICS para cobrar pelo uso de dados, enquanto o Google lança globalmente seu poderoso gerador de vídeo Veo 3, alimentado por uma quantidade massiva de conteúdo. Em pesquisa, a Microsoft revela uma IA de diagnóstico que supera médicos, e no Brasil, acompanhamos as consequências do maior ciberataque da história do Pix. Para fechar, na nossa dinâmica de sábado, um chamado especial à ação. Fiquem ligados!

🎯 Os destaques de hoje

A Nova Ordem dos Dados: O BRICS propõe um sistema para remunerar países pelo uso de seus dados no treinamento de IA, uma jogada que pode redesenhar a economia global da tecnologia.

A Fatura da Automação: Microsoft anuncia 9.000 demissões, um dos maiores cortes da sua história, explicitamente ligando a reestruturação aos altos custos e ao redirecionamento de recursos para a infraestrutura de IA.

Diagnóstico Super-Humano: Microsoft revela o MAI-DxO, um sistema de IA que diagnosticou casos médicos complexos com precisão quatro vezes maior que médicos humanos, levantando um debate sobre o futuro da medicina.

O Risco do Ecossistema: A prisão de um suspeito no maior hack bancário da história do Brasil expõe a fragilidade da cadeia de suprimentos de tecnologia e a urgência por defesas baseadas em IA no setor financeiro.


🇧🇷 Panorama Brasil

💰 BRICS propõe remuneração por dados para treinar IA

O bloco de nações BRICS, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está se preparando para apresentar uma proposta que pode redefinir a economia global da inteligência artificial: a criação de um sistema para que os países sejam remunerados pelo uso de seus dados no treinamento de modelos de IA. A proposta, que será discutida na próxima cúpula do bloco no Rio de Janeiro, surge em um contexto de crescente preocupação com o modelo extrativista das big techs ocidentais, que treinam seus sistemas com dados globais sem oferecer compensação.

Esta iniciativa transcende a esfera econômica e se firma como uma manobra geopolítica de grande calibre. Ao tratar os dados nacionais como um recurso soberano com valor comercial, o BRICS busca criar uma alavanca de poder para contrabalancear o domínio tecnológico dos Estados Unidos e da Europa. Na prática, é uma tentativa de formar uma espécie de "OPEP dos Dados", onde o acesso a grandes volumes de informação culturalmente diversa se torna um ativo negociável. Se a proposta ganhar tração, ela forçará uma reavaliação fundamental do modelo de negócios da IA generativa. O custo de treinar modelos de fronteira, que dependem de datasets massivos, poderia aumentar exponencialmente, favorecendo players com capital quase ilimitado, como Google e Meta, que já possuem ecossistemas de dados proprietários. A consequência mais provável seria uma aceleração na fragmentação da internet, com a criação de "esferas de dados" regionais e um impulso renovado para o desenvolvimento de modelos de IA soberanos, treinados em datasets nacionais ou de blocos econômicos.

"O Fórum Empresarial do Brics vai propor aos líderes do bloco a criação de uma espécie de 'passaporte' para facilitar a circulação de profissionais entre os países integrantes, para facilitar o intercâmbio de pessoas e de tecnologia." – Frederico Lamego, superintendente de Relações Internacionais da CNI

🎯 O que está em jogo: A transformação dos dados de um recurso livremente explorável em um ativo soberano e comercializável, com o potencial de criar um novo equilíbrio de poder na economia digital global.

🔗 Leia na íntegra: Portal Tela e Exame


⛓️ Prisão em hack bilionário do Pix expõe fragilidade da cadeia de TI

A Polícia Federal prendeu um dos principais suspeitos de envolvimento no maior ataque hacker já registrado contra o sistema financeiro brasileiro, que resultou no desvio de mais de R$ 1 bilhão de contas conectadas ao Banco Central. O ataque não explorou uma falha no robusto sistema central do Pix, mas sim no que se revelou ser o elo mais fraco da cadeia: uma empresa terceirizada, a C&M Software, responsável por integrar bancos menores ao sistema. Segundo as investigações, o suspeito, um funcionário da empresa, teria vendido seu acesso interno por apenas R$ 5 mil.

Embora o ataque em si não tenha sido, segundo as informações disponíveis, executado por IA, suas consequências criam um imperativo de mercado para a adoção massiva de "IA de Defesa". A escala do prejuízo financeiro justifica qualquer investimento em tecnologias de prevenção. O fato de a vulnerabilidade residir na periferia do ecossistema — um fornecedor de tecnologia — demonstra que a segurança do todo é determinada pela segurança de sua parte mais frágil. Monitorar essa complexa rede de interações humanas e sistêmicas em tempo real é uma tarefa que ultrapassa a capacidade humana, mas é perfeitamente adequada para sistemas de IA. Algoritmos podem analisar continuamente padrões de acesso, detectar comportamentos anômalos de funcionários e identificar transações fraudulentas com uma velocidade e precisão inalcançáveis por métodos tradicionais. Este incidente, portanto, deve servir como um catalisador para um novo e aquecido mercado de "RegTech" (Tecnologia para Regulação) e "SecurTech" (Tecnologia para Segurança) no Brasil, onde a IA não é um luxo, mas uma condição de sobrevivência para o setor financeiro.

💡 Ponto crítico: O ataque transforma a segurança cibernética de um custo operacional em um investimento estratégico essencial, impulsionando a demanda por soluções de IA capazes de proteger os elos mais fracos da infraestrutura digital do país.

🔗 Leia na íntegra: 99Bitcoins Brasil


📊 CMO Summit 2025: Marketing brasileiro discute futuro na era da IA

O CMO Summit 2025, realizado em São Paulo, reuniu os principais executivos de marketing do país para debater o futuro do setor em um cenário dominado pela inteligência artificial. A conclusão central do evento, articulada pelo cientista-chefe da TDS Company, Silvio Meira, foi um alerta contundente: a IA, por si só, não entrega valor; ela precisa estar intrinsecamente conectada a uma estratégia de dados robusta para não se tornar uma "promessa tecnológica mal aproveitada".

Essa discussão marca o fim da era do "marketing de intuição". Na era da IA, a eficácia de uma campanha publicitária, a personalização da experiência do cliente e a otimização do orçamento não são mais questões de opinião ou criatividade isolada, mas sim problemas de otimização algorítmica. Isso altera fundamentalmente o perfil do profissional de marketing. O CMO (Chief Marketing Officer) do futuro precisa ser um "CMO quantitativo", tão versado em análise de dados, arquitetura de martech e metodologias de teste A/B quanto em branding e comunicação. A IA está forçando uma fusão inevitável entre os departamentos de Marketing e os de Tecnologia e Dados. A consequência prática é uma reorganização da estrutura corporativa, onde a "estratégia de marketing" se torna, na realidade, uma "estratégia de dados aplicada ao cliente", executada por equipes multidisciplinares de engenheiros, cientistas de dados e criativos trabalhando em um ciclo de feedback contínuo.

"Negócios que não alcançarem um nível de IA prescritiva até 2030 perderão espaço." – Silvio Meira, cientista-chefe da TDS Company

🎯 O que está em jogo: A transição do marketing como uma arte para o marketing como uma ciência de dados aplicada, exigindo uma nova geração de líderes com profunda fluência em tecnologia e análise.

🔗 Leia na íntegra: Estadão Blue Studio


🚀 Negócios & Startups

📈 Boom de M&A em IA: Mercado atinge US$ 1.8 trilhão com foco estratégico

O mercado global de fusões e aquisições (M&A) demonstrou um vigor renovado no primeiro semestre de 2025, impulsionado pela inteligência artificial. A atividade global de M&A atingiu a marca de US$ 1.8 trilhão, um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024. Uma análise mais profunda dos dados revela uma tendência fascinante: embora o número total de negócios tenha diminuído, o valor médio dos acordos disparou, impulsionado por uma onda de "mega-deals" avaliados em mais de US$ 10 bilhões. A consultoria PwC aponta a IA como o principal catalisador dessa disrupção, forçando empresas a fazerem movimentos estratégicos para não ficarem para trás.

Esses números indicam que o mercado de IA não está apenas crescendo, mas se estratificando em dois níveis distintos. No topo, uma intensa fase de consolidação está em andamento. Gigantes da tecnologia estão realizando aquisições estratégicas e multibilionárias para construir fossos competitivos quase intransponíveis, garantindo controle sobre a infraestrutura crítica e os modelos de fronteira. É um jogo de capital intensivo, acessível a poucos. Na base da pirâmide, no entanto, ocorre o fenômeno oposto: uma explosão de fragmentação. A rápida comoditização de modelos de IA "bons o suficiente" e a queda drástica nos custos de inferência estão permitindo que milhares de startups surjam para aplicar essa tecnologia a nichos de mercado específicos. Estamos testemunhando, portanto, a formação de uma "aristocracia da IA" — os donos da infraestrutura e dos modelos de base — e uma vasta e competitiva "classe média da IA", que constrói aplicações sobre essa infraestrutura.

📊 Impacto: A competição na era da IA se dará em dois campos de batalha: uma guerra de capital entre gigantes pela supremacia da infraestrutura e uma guerra de agilidade entre startups pela dominância de nichos de aplicação.

🔗 Leia na íntegra: Fastbull e PwC


💸 Microsoft corta 9.000 empregos em reestruturação focada em IA

A Microsoft anunciou um dos maiores cortes de pessoal de sua história recente, com planos de demitir 9.000 funcionários, o que corresponde a quase 4% de sua força de trabalho global. A decisão ocorre em um momento em que a empresa se compromete a investir a cifra recorde de US$ 80 bilhões em infraestrutura de inteligência artificial apenas no ano fiscal de 2025. A reestruturação é vista como uma manobra para equilibrar os custos operacionais crescentes associados à corrida da IA e redirecionar recursos para áreas estratégicas.

Este movimento expõe o que pode ser chamado de "paradoxo da produtividade da IA". A justificativa para os cortes não é uma crise financeira, mas sim uma realocação estratégica de capital. A própria IA, ao aumentar a produtividade e automatizar tarefas, torna certas funções corporativas tradicionais menos necessárias, liberando os recursos (salários e benefícios) que seriam gastos com esses funcionários. Esse capital economizado é, então, reinvestido na aceleração do desenvolvimento e da implantação de mais IA, criando um ciclo de feedback poderoso. A automação não está apenas substituindo tarefas; está reestruturando fundamentalmente como as corporações alocam seu capital. O "dividendo da produtividade" gerado pela IA, em vez de ser distribuído para os trabalhadores ou acionistas, está sendo usado para financiar a próxima onda de automação. Isso tem implicações profundas não apenas para o futuro do trabalho, mas para a própria lógica econômica da era da IA.

"A empresa, que está avançando em seus planos de implantar IA em todos os seus produtos, disse que estava trabalhando para 'capacitar os funcionários a passar mais tempo focando em trabalho significativo, aproveitando novas tecnologias e capacidades'." – AFP

📊 Impacto: A automação está se tornando um motor de autofinanciamento dentro das grandes corporações, onde os ganhos de eficiência da IA são diretamente reinvestidos para acelerar ainda mais a automação.

🔗 Leia na íntegra: AI Magazine


📉 Apenas 3% dos usuários pagam por IA, aponta relatório

Um novo relatório da firma de capital de risco Menlo Ventures, intitulado "2025: The State of Consumer AI", revelou uma desconexão gritante entre a adoção e a monetização da inteligência artificial generativa. A pesquisa mostra que, embora 61% dos adultos nos EUA já tenham utilizado uma ferramenta de IA, apenas 3% deles estão dispostos a pagar pelo serviço. O mercado pagante de IA generativa é atualmente estimado em US$ 12 bilhões, um valor irrisório quando comparado ao mais de meio trilhão de dólares em capital de risco que já foi injetado no setor.

Esses dados apontam para um "abismo da monetização" que pode forçar uma mudança radical no modelo de negócios das principais plataformas de IA. A estratégia atual, focada em adquirir milhões de usuários com serviços gratuitos ou fortemente subsidiados na esperança de convertê-los em assinantes pagantes, parece insustentável a longo prazo, dados os altíssimos custos de computação. A história da internet de consumo oferece um roteiro claro para o que provavelmente acontecerá a seguir: quando um serviço digital atinge escala de massa, mas enfrenta baixa disposição de pagamento, ele inevitavelmente se volta para o único modelo de negócios comprovado para monetizar a atenção em escala: a publicidade. Portanto, é quase certo que estamos na fase do "verão do amor" da IA, financiado pelo capital de risco. A próxima fase será o "inverno da monetização", onde as principais plataformas de IA de consumo, como a busca do Google e chatbots populares, começarão a integrar modelos de publicidade sofisticados, utilizando o profundo conhecimento sobre as intenções e perguntas dos usuários para oferecer anúncios hiperdirecionados.

💡 Ponto crítico: A baixa disposição dos consumidores em pagar por IA torna a transição para um modelo de negócios baseado em publicidade quase inevitável, posicionando a privacidade do usuário como a principal moeda de troca pela gratuidade.

🔗 Leia na íntegra: Pivot to AI


🔬 Pesquisa & Desenvolvimento

🩺 Microsoft revela IA de diagnóstico que supera médicos em 4x

A Microsoft revelou uma pesquisa sobre seu sistema experimental MAI-DxO (Microsoft AI Diagnostic Orchestrator), que demonstrou uma capacidade de diagnóstico em casos médicos complexos que supera significativamente a de médicos humanos experientes. Em um estudo que utilizou 304 casos desafiadores publicados no New England Journal of Medicine, o MAI-DxO alcançou uma precisão de 85,5%, em comparação com a média de 20% de um painel de 21 médicos. Além da precisão, o sistema também se mostrou mais eficiente, reduzindo os custos com exames em até 70% em alguns cenários.

A inovação fundamental do MAI-DxO não reside em um único modelo de linguagem superior, mas em sua arquitetura. O sistema funciona como um "orquestrador", gerenciando um painel virtual de múltiplos LLMs (como GPT, Claude e Gemini), cada um atuando como um especialista. Essa abordagem emula o processo colaborativo de uma junta médica, onde diferentes perspectivas são ponderadas para chegar a um diagnóstico. Esta arquitetura de "agentes especialistas" coordenados por um "agente gerente" é inerentemente mais robusta, transparente e escalável do que a busca por um único "supermodelo" monolítico. A resiliência aumenta porque a falha de um agente pode ser compensada por outros; a transparência melhora porque a contribuição de cada agente pode ser auditada; e a escalabilidade é maior, pois novos especialistas podem ser adicionados ao painel conforme necessário. Este conceito de "IA Orquestradora" provavelmente se tornará um padrão de design crucial, não apenas na medicina, mas em todos os domínios de alto risco que exigem tomada de decisão complexa, como finanças, engenharia e direito.

"Estamos dando um grande passo em direção à superinteligência médica." – Mustafa Suleyman, CEO da Microsoft AI

🔎 Olhar adiante: O futuro da IA aplicada a problemas complexos pode não ser um único cérebro digital, mas um comitê de mentes digitais especializadas, gerenciadas por um orquestrador inteligente. Isso cria um novo mercado para plataformas de orquestração de agentes.

🔗 Leia na íntegra: GeekWire e Medical Economics


🌎 Stanford lança STORM, IA para combater greenwashing

Pesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram uma nova ferramenta de IA de código aberto chamada STORM (Synthesis of Topic Outlines and Rapports through Multi-perspective), projetada para combater o "greenwashing" — a prática de empresas fazerem alegações ambientais falsas ou exageradas. A ferramenta funciona como um pesquisador automatizado, gerando relatórios detalhados no estilo da Wikipedia sobre um determinado tópico, mas com uma diferença crucial: todas as informações são acompanhadas de citações e links para fontes verificadas. Para analisar as alegações de sustentabilidade, a STORM cruza o marketing corporativo com dados independentes de emissões, uso de energia e até mesmo o sentimento do público online para identificar discrepâncias.

A STORM representa a comoditização da auditoria. Ela automatiza uma tarefa que, até agora, era um processo manual, caro e demorado, tornando a capacidade de fiscalização acessível a qualquer pessoa com uma conexão à internet. ONGs, jornalistas, investidores e consumidores podem agora, com relativa facilidade, verificar a veracidade das promessas de sustentabilidade de uma empresa. Isso cria uma nova e poderosa forma de pressão por transparência, pois as corporações não podem mais se esconder atrás da opacidade de seus relatórios anuais. Ferramentas como a STORM marcam o surgimento da "IA como uma instituição de verificação", funcionando como um "quarto poder" algorítmico que pode aumentar drasticamente a responsabilidade corporativa. O próximo passo lógico para essa tecnologia é sua integração em plataformas financeiras para gerar "scores de confiança" em tempo real, que poderiam impactar diretamente o valor das ações e o custo de capital das empresas.

💡 Ponto crítico: A IA está evoluindo de uma ferramenta de geração de conteúdo para uma ferramenta de verificação da realidade, com o potencial de se tornar um árbitro automatizado da verdade e da confiança no mundo corporativo.

🔗 Leia na íntegra: Winssolutions e Stanford Storm


🌎 Tendências Globais & Ferramentas

🎬 Google lança globalmente o gerador de vídeo Veo 3

O Google anunciou o lançamento global de seu mais avançado modelo de geração de vídeo por IA, o Veo 3. A ferramenta foi disponibilizada para assinantes do plano Google AI Pro em mais de 159 países, incluindo Brasil, Índia e nações europeias. O Veo 3 permite que os usuários criem vídeos de até oito segundos em resolução 720p, completos com áudio sincronizado, diálogos e efeitos sonoros, a partir de simples prompts de texto ou imagem. Para combater a desinformação, todos os vídeos gerados pela ferramenta incluem uma marca d'água digital invisível, o SynthID, para identificar o conteúdo como sintético.

O lançamento em massa de uma ferramenta tão poderosa marca um ponto de inflexão na ecologia da informação, um momento que pode ser chamado de "sintetização da realidade". A capacidade de criar vídeos fotorrealistas e convincentes deixa de ser um privilégio de laboratórios de pesquisa ou estúdios de efeitos especiais e se torna uma ferramenta de consumo de massa. Isso, sem dúvida, desencadeará uma explosão de criatividade em áreas como marketing, educação e entretenimento. No entanto, também inaugura uma crise de confiança informacional. A linha que separa o real do sintético se tornará permanentemente borrada para o consumidor médio. Embora a inclusão de marcas d'água como o SynthID seja uma medida técnica importante, sua eficácia a longo prazo é questionável, pois podem ser removidas ou contornadas. Mais profundamente, a proliferação de conteúdo sintético pode levar a uma "fadiga de verificação", um estado em que o público, sobrecarregado, simplesmente deixa de se importar em distinguir o que é real do que é falso. O verdadeiro impacto do Veo 3, portanto, não será apenas na indústria criativa, mas na própria natureza da confiança, que se deslocará do conteúdo em si ("ver para crer") para a reputação da fonte que o publica.

📊 Impacto: A democratização da geração de vídeo fotorrealista tornará a credibilidade e a reputação da fonte a moeda mais valiosa na nova economia da informação.

🔗 Leia na íntegra: AIbase e The Times of India


🤖 Gartner prevê ascensão da IA Agentica no mundo corporativo

Relatórios de importantes consultorias de mercado, como Gartner e IDC, sinalizam que a próxima grande onda de transformação da IA nas empresas será impulsionada pela "IA Agentica". O Gartner prevê que, até 2028, um terço de todos os aplicativos de software empresarial incluirá capacidades agenticas. A IDC vai além, projetando a existência de 1.3 bilhão de agentes de IA até a mesma data. Diferente da IA generativa, que responde a comandos para criar conteúdo, a IA agentica é definida por sua capacidade de receber um objetivo, raciocinar, planejar e executar autonomamente uma série de tarefas complexas para alcançá-lo, muitas vezes interagindo com múltiplos sistemas e softwares.

Essa evolução representa a transição do "Copiloto" para o "Piloto Automático" no trabalho do conhecimento. A primeira onda de IA no ambiente corporativo foi dominada por ferramentas de assistência, os "copilotos", que auxiliam o trabalhador humano em tarefas específicas — como resumir um e-mail ou sugerir um trecho de código —, mas mantêm o humano no controle. A ascensão da IA agentica, prevista pelo Gartner, marca o início da segunda onda: a do "piloto automático". Esses sistemas serão capazes de assumir funções inteiras. Por exemplo, um agente de atendimento ao cliente poderá receber um ticket de suporte, consultar a base de dados, interagir com o sistema de faturamento, processar um reembolso e fechar o chamado, tudo sem intervenção humana. Isso forçará uma redefinição radical das funções de colarinho branco, deslocando o valor do profissional humano da "execução de processos" para a "definição de objetivos, supervisão de agentes e gerenciamento de exceções".

"Gartner acredita que a IA agentica resolverá autonomamente 80% dos problemas comuns de atendimento ao cliente sem intervenção humana até 2029." – Gartner

🎯 O que está em jogo: A automação está evoluindo de tarefas para funções, exigindo uma reestruturação completa das equipes, métricas de desempenho e habilidades necessárias para o trabalho do conhecimento.

🔗 Leia na íntegra: AI Magazine e Perspectives.plus


📬 Dinâmica do Sábado – Compartilha Aí

E aí, curtiu essa viagem pela geopolítica dos dados e pela industrialização da IA? A discussão de hoje mostra que a inteligência artificial deixou de ser um assunto de tecnologia para se tornar o centro da economia e da política global. Se você conhece alguém que precisa entender essas transformações profundas — seja um colega de trabalho, um amigo investidor ou um familiar curioso — envie este episódio para ele! O IA Hoje está em todas as plataformas de podcast e no YouTube. Compartilhar conhecimento de qualidade é a melhor forma de navegarmos juntos por este futuro que já chegou. Valeu!


Aviso Legal: Este episódio foi gerado de forma 100% automatizada por inteligência artificial. As informações contidas são baseadas em fontes públicas, devidamente listadas na descrição. Não há revisão editorial humana. Recomendamos a consulta direta às fontes originais para confirmação e aprofundamento das informações aqui apresentadas.

Discussão sobre este episódio

Avatar de User