IA Hoje
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25/06/2025 - Agentes de IA, Fair Use e a Fábrica
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25/06/2025 - Agentes de IA, Fair Use e a Fábrica

Análise da ascensão dos agentes de IA na indústria, a decisão judicial que redefine o treinamento de modelos e os estudos que questionam o impacto cognitivo da tecnologia.

Edição #176.2025

Faaaaaala, galera! No episódio do IA Hoje dessa quarta-feira, 25 de junho de 2025, temos um ecossistema de inteligência artificial em um ponto de inflexão. De um lado, a era experimental está oficialmente acabando, dando lugar à industrialização em massa da IA, com gigantes como PepsiCo e Salesforce implantando "forças de trabalho de agentes" e a HPE em parceria com a Nvidia lançando a "Fábrica de IA", uma solução completa para produzir e escalar aplicações inteligentes. Do outro lado, enquanto o capital e a tecnologia aceleram, as guardrails legais e éticas finalmente começam a se materializar, criando um novo e complexo campo de jogo. O destaque do dia é uma decisão judicial histórica nos EUA que, em um veredito duplo, estabelece que treinar IA com livros é "uso justo", mas ao mesmo tempo criminaliza a posse de dados piratas para esse fim, uma vitória com um asterisco gigante que redefine a economia de dados para toda a indústria. Essa tensão se reflete na revolta dos criadores de conteúdo, com atores britânicos exigindo o fim do escaneamento de seus rostos sem consentimento, abrindo uma nova frente na batalha por direitos digitais. No Brasil, vivenciamos esse mesmo dilema: enquanto o BNDES injeta R$ 1 bilhão para fomentar uma indústria de IA soberana, golpes se sofisticam com a tecnologia e o STF aperta o cerco sobre a responsabilidade das plataformas. Fechamos com um alerta da comunidade científica: estudos chocantes do MIT revelam que o uso contínuo de IA pode prejudicar o pensamento crítico e que vieses sutis nos modelos podem levar a recomendações médicas perigosas, nos forçando a questionar o verdadeiro custo cognitivo da automação.

🎯 Os destaques de hoje

A Decisão que Muda Tudo: A justiça dos EUA decide que treinar IA com livros é "uso justo", mas alerta: possuir dados piratas para isso é crime. Uma vitória com um asterisco gigante para a indústria.

A Fábrica de Inteligência: HPE e Nvidia lançam a "AI Factory", uma solução completa para industrializar a IA nas empresas, sinalizando o fim da era experimental e o início da produção em massa.

O Custo Cognitivo da IA: Estudos chocantes do MIT revelam que o uso de IA pode prejudicar o pensamento crítico e que vieses sutis nos modelos podem levar a recomendações médicas perigosas.

A Revolta dos Criadores: Atores britânicos, incluindo estrelas de "A Casa do Dragão", exigem o fim do escaneamento de seus rostos sem consentimento, abrindo uma nova frente na batalha por direitos na era da IA.


🇧🇷 Panorama Brasil

💰 BNDES Atinge R$ 1 Bilhão em Crédito para IA

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ter alcançado a marca de R$ 1 bilhão em crédito aprovado para projetos de Inteligência Artificial desde janeiro de 2024. O financiamento, parte do programa BNDES Mais Inovação, abrange toda a cadeia produtiva, destinando R$ 561 milhões para integradores e desenvolvedores de software e R$ 258 milhões para produtores de hardware, como chips e supercomputadores. Este movimento consolida a IA como uma política industrial estratégica para o Brasil, visando construir um ecossistema tecnológico soberano e competitivo.

Este investimento público é uma resposta direta a um desafio estrutural do mercado brasileiro. Segundo especialistas, muitas empresas nacionais ainda estão em estágios iniciais de maturidade em IA, enfrentando gargalos em governança de dados e privacidade. Ao financiar desde a infraestrutura física até as aplicações finais, o BNDES atua como um catalisador, reduzindo o risco para o capital privado e acelerando a curva de aprendizado do país. A iniciativa busca garantir que o Brasil não seja apenas um consumidor de tecnologia estrangeira, mas um desenvolvedor ativo, capaz de gerar seus próprios "unicórnios" de IA, um setor que atraiu US$ 100 bilhões em investimentos globais em 2024.

"Muitas empresas permanecem em estágios iniciais de maturidade tecnológica, concentradas em testes e estruturação de estratégias. Além disso, questões relacionadas à governança de dados, qualidade da informação e privacidade continuam sendo barreiras para uma adoção segura e eficaz da IA." – Antonielle Freitas, especialista em Privacidade e Proteção de Dados

🎯 O que está em jogo: O BNDES está executando uma política de estado para construir as fundações de uma economia de IA nacional, apostando que o investimento público pode superar as barreiras de maturidade do mercado e posicionar o Brasil como um polo de desenvolvimento tecnológico na América Latina.

🔗 Leia na íntegra: Exame


⚖️ STF Responsabiliza Plataformas e Golpes de IA se Multiplicam

Em um momento de crescente sofisticação dos crimes digitais, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para responsabilizar as redes sociais por conteúdos danosos publicados por usuários, caso não atuem para removê-los após notificação judicial. A decisão ocorre em um contexto alarmante: em Minas Gerais, uma nova modalidade de fraude, o "golpe do falso advogado", utiliza IA para clonar vozes e criar vídeos deepfake de advogados, enganando clientes para que transfiram dinheiro para supostas custas processuais.

Esses dois eventos, aparentemente desconectados, estão intrinsecamente ligados. A decisão do STF representa uma mudança fundamental no paradigma de moderação de conteúdo no Brasil, transferindo uma parcela maior da responsabilidade para as plataformas. Isso cria um forte incentivo comercial para que empresas como Meta, Google e X invistam em sistemas de detecção mais robustos, especialmente para conteúdos complexos como deepfakes. O "golpe do falso advogado" é o exemplo perfeito do tipo de ameaça que a nova jurisprudência busca combater, forçando as big techs a desenvolverem uma "IA para combater a IA" adaptada à realidade e aos desafios do Brasil.

"Pedimos à Relatora que inste o Poder Legislativo a banir o uso do reconhecimento facial na segurança pública no projeto de lei 2338/2023" — Conectas Direitos Humanos (contexto de regulação de IA)

💡 Ponto crítico: O Brasil está entrando em uma nova fase onde o avanço tecnológico dos crimes de IA força uma resposta igualmente tecnológica e regulatória do Estado e das empresas, transformando a segurança digital em um campo de batalha algorítmico.

🔗 Leia na íntegra: Podcast Canaltech


🚀 Negócios & Startups

🏭 A Fábrica de IA: HPE e Nvidia Lançam Solução Industrial

A Hewlett Packard Enterprise (HPE) e a Nvidia anunciaram uma parceria estratégica para lançar o que estão chamando de "AI Factory", um portfólio de soluções co-desenvolvidas para acelerar a adoção da IA em escala industrial. A oferta, chamada "NVIDIA AI Computing by HPE", é uma pilha de infraestrutura pré-integrada e modular que inclui desde servidores otimizados até software de orquestração, projetada para transformar a implementação de IA de um projeto de TI complexo e artesanal em um processo industrial padronizado e repetível.

O coração da nova oferta é a "HPE Private Cloud AI", uma solução turnkey que combina os mais recentes servidores da HPE com as novas e poderosas GPUs NVIDIA RTX PRO 6000, baseadas na arquitetura Blackwell. O objetivo é claro: fornecer às empresas um caminho mais rápido e de menor risco para construir e gerenciar seus próprios modelos e agentes de IA. Ao oferecer um ecossistema completo e integrado — do silício ao software —, a parceria visa dominar o mercado de IA empresarial, tornando-se a plataforma padrão para organizações que buscam mover a IA da fase de experimentação para a produção em massa. A colaboração já inclui o desenvolvimento de casos de uso específicos para setores regulados, como serviços financeiros, em parceria com a Accenture.

"Juntos, HPE e NVIDIA estão entregando uma infraestrutura de fábrica de IA de pilha completa para impulsionar essa transformação, capacitando as empresas a aproveitar seus dados e acelerar a inovação com velocidade e precisão sem precedentes." — Jensen Huang, Fundador e CEO da NVIDIA

📊 Impacto: O conceito de "Fábrica de IA" sinaliza o fim da era experimental da inteligência artificial nas empresas. A padronização da infraestrutura irá acelerar drasticamente a implementação de IA generativa e agentiva, mas também pode criar uma forte dependência do ecossistema HPE/Nvidia.

🔗 Leia na íntegra: (https://blogs.nvidia.com/blog/hpe-nvidia-ai-factory/)


🤖 PepsiCo e Salesforce Lançam a "Força de Trabalho de Agentes"

A PepsiCo, gigante global de alimentos e bebidas, anunciou que irá implantar a "Agentforce", uma plataforma de "trabalho digital" da Salesforce projetada para integrar agentes de IA autônomos aos fluxos de trabalho corporativos. A iniciativa visa utilizar esses agentes para gerenciar funções-chave, como suporte ao cliente e otimização da eficiência operacional, liberando as equipes humanas para se concentrarem em atividades mais estratégicas, como o crescimento e o engajamento com varejistas.

Este movimento representa uma das primeiras adoções em larga escala de uma "força de trabalho de IA" por uma empresa de consumo de massa, validando a tese da "IA Agentiva" que tem ganhado força no mercado. A PepsiCo não está apenas usando IA para analisar dados, mas para

executar tarefas de forma autônoma. A parceria com a Salesforce é estratégica, utilizando uma plataforma de CRM (Customer Relationship Management) já estabelecida como a camada de gerenciamento e orquestração para essa nova força de trabalho híbrida, composta por humanos e agentes digitais.

"Ramon Laguarta e sua equipe estão reimaginando como o trabalho é feito ao unir a expertise humana com a inteligência de nossa plataforma profundamente unificada. Este é um testemunho poderoso de como os agentes de IA estão entregando valor real e remodelando fundamentalmente o engajamento do cliente em escala global." — Marc Benioff, Presidente e CEO da Salesforce

💡 Ponto crítico: A adoção da Agentforce pela PepsiCo é um marco que transforma o conceito abstrato de "agentes de IA" em uma realidade operacional, estabelecendo um novo padrão competitivo e pressionando outras grandes corporações a repensarem a automação de seus processos de ponta a ponta.

🔗 Leia na íntegra: (https://markets.ft.com/data/announce/detail?dockey=600-202506240800PR_NEWS_USPRX____NY16819-1)


💊 IA Acelera na Indústria Farmacêutica e de Biociências

O setor de ciências da vida está emergindo como um dos campos mais férteis para a aplicação de inteligência artificial, com a tecnologia impulsionando avanços tanto na fabricação quanto na pesquisa e desenvolvimento. Um novo relatório da Rockwell Automation revela que 95% dos fabricantes da área estão usando ou avaliando tecnologias de produção inteligente, com a IA sendo o principal caso de uso para 53% deles, focada em melhorar a qualidade do produto. Essa adoção é impulsionada por pressões para aumentar a eficiência, reduzir custos e atender a complexos requisitos regulatórios.

Paralelamente, a IA está revolucionando a própria ciência. Um estudo recente sobre o câncer de pulmão de não pequenas células (NSCLC) demonstrou como modelos de IA podem analisar imagens médicas e dados genéticos para prever a resposta ao tratamento com altíssima precisão, alcançando em alguns casos uma área sob a curva (AUC) de 0.995 — um desempenho quase perfeito. A IA está permitindo a identificação de padrões sutis que são invisíveis ao olho humano, acelerando o diagnóstico e a personalização de terapias.

"Os fabricantes da área de ciências da vida estão entrando em uma nova fase de maturidade digital, impulsionados pela crescente complexidade regulatória e pela pressão cada vez maior para melhorar o tempo de lançamento no mercado sem sacrificar a qualidade." — Matt Weaver, vice-presidente de indústria global - Ciências da vida da Rockwell Automation

🔎 Olhar adiante: A adoção da IA em duas frentes — otimizando a produção industrial e acelerando a descoberta científica — cria um ciclo virtuoso. Manufatura mais inteligente gera dados de maior qualidade, que por sua vez treinam modelos de P&D mais precisos. Esse feedback loop tem o potencial de encurtar drasticamente os ciclos de desenvolvimento de novos medicamentos e inaugurar uma era de medicina verdadeiramente personalizada.

🔗 Leia na íntegra: Estadão


🔬 Pesquisa & Desenvolvimento

🧠 O Paradoxo da IA: Prejudica o Pensamento Crítico e Erra em Diagnósticos

Dois estudos recentes do MIT lançam um balde de água fria no otimismo desenfreado sobre a inteligência artificial, revelando fragilidades profundas tanto no seu impacto sobre os usuários quanto na sua própria capacidade de "raciocinar". O primeiro estudo, do Media Lab, descobriu que o uso prolongado do ChatGPT pode prejudicar as habilidades cognitivas. Análises de EEG mostraram que os usuários do chatbot apresentaram menor conectividade neural em áreas do cérebro responsáveis pelo foco, memória e tomada de decisão, sugerindo que a dependência da IA pode atrofiar o pensamento crítico.

O segundo estudo, ainda mais alarmante, demonstrou que modelos de IA usados para triagem médica podem ser perigosamente influenciados por variações estilísticas irrelevantes nas mensagens dos pacientes. Simples erros de digitação, gramática informal ou um tom mais dramático levaram os modelos a aumentar em até 9% a recomendação de cuidados reduzidos (como autogerenciamento em vez de uma consulta), com um impacto desproporcional sobre pacientes do sexo feminino. Essa fragilidade, que não foi observada em médicos humanos, expõe a diferença fundamental entre o reconhecimento de padrões estatísticos da IA e o julgamento clínico humano.

"Isso é uma forte evidência de que os modelos devem ser auditados antes do uso em cuidados de saúde — um ambiente onde eles já estão em uso." — Marzyeh Ghassemi, Ph.D., autora sênior do estudo e professora associada no MIT

💡 Ponto crítico: Essas pesquisas desafiam a narrativa de que a IA é uma ferramenta neutra. Elas demonstram que seu uso pode ter um custo cognitivo para o humano e que sua lógica interna é frágil e suscetível a vieses sutis, exigindo um nível muito mais alto de escrutínio e regulamentação antes de sua implantação em domínios de alto risco.

🔗 Leia na íntegra: Medical Economics


🤖 Google DeepMind Leva IA para o Mundo Físico com Robôs Locais

O Google DeepMind deu um passo crucial para levar a inteligência artificial do mundo digital para o físico ao apresentar o "Gemini Robotics On-Device", um modelo de visão-linguagem-ação (VLA) projetado para operar localmente em robôs, sem depender de uma conexão com a nuvem. Esta capacidade "on-device" é um avanço fundamental, pois resolve os problemas de latência e confiabilidade que historicamente limitaram a aplicação de IA complexa na robótica, onde decisões de milissegundos são cruciais.

O modelo permite que robôs bi-braço executem tarefas de manipulação complexas, como dobrar roupas, montar produtos e servir alimentos, apenas com base em instruções em linguagem natural. Mais importante ainda, o sistema pode ser adaptado para novas tarefas com um número relativamente pequeno de demonstrações — entre 50 e 100 —, o que o torna prático para implantação em ambientes dinâmicos como fábricas ou armazéns. Este avanço em "IA incorporada" (embodied AI) é um passo essencial para a criação de robôs de uso geral mais versáteis e autônomos.

"Nosso modelo se adapta rapidamente a novas tarefas, com apenas 50 a 100 demonstrações — indicando quão bem este modelo on-device pode generalizar seu conhecimento fundamental para novas tarefas." — Google DeepMind

🔎 Olhar adiante: Ao eliminar a dependência da nuvem, o Google está destravando o potencial para uma nova geração de robôs mais inteligentes e responsivos. Esta tecnologia é a ponte que conecta os grandes modelos de linguagem ao mundo físico, um componente essencial para a visão de "IA agentiva e física" que empresas como a Nvidia e a HPE estão buscando industrializar.

🔗 Leia na íntegra: (https://www.pymnts.com/news/artificial-intelligence/2025/google-deepmind-introduces-ai-model-runs-locally-robots/)


🌎 Tendências Globais & Ferramentas

🏛️ Veredito Histórico: Treinar IA é "Uso Justo", mas Pirataria é Crime

Em uma decisão que irá reverberar por toda a indústria de tecnologia, um juiz federal dos EUA proferiu um veredito histórico no caso de autores contra a Anthropic. O juiz determinou que o ato de treinar um modelo de IA como o Claude usando livros protegidos por direitos autorais constitui "uso justo" (fair use), pois é uma aplicação transformadora da obra original. Esta é uma vitória monumental para laboratórios de IA, que agora têm uma base legal mais sólida para o processo de treinamento.

No entanto, a decisão veio com um asterisco crucial: o mesmo juiz decidiu que a Anthropic violou a lei de direitos autorais ao copiar e armazenar mais de 7 milhões de livros pirateados para alimentar seu modelo. A empresa agora enfrentará um julgamento para determinar as indenizações, que podem chegar a US$ 150.000 por obra infringida. Este veredito duplo cria uma nova e complexa realidade jurídica: o processo de treinamento é legal, mas a fonte dos dados deve ser legítima.

"Estamos satisfeitos que o tribunal reconheceu que nosso treinamento de IA é 'transformador' e 'consistente com o propósito do copyright em permitir a criatividade e fomentar o progresso científico'." — Porta-voz da Anthropic

🎯 O que está em jogo: Esta decisão encerra a era do "Velho Oeste" da aquisição de dados. Ao criminalizar o uso de fontes piratas, o veredito fortalece imensamente o poder de negociação de detentores de conteúdo (como editoras e meios de comunicação) e cria um mercado premium para dados de treinamento licenciados e de alta qualidade.

🔗 Leia na íntegra: (https://www.pymnts.com/artificial-intelligence-2/2025/court-rules-anthropic-doesnt-need-permission-to-train-ai-with-books/)


🎭 Atores Britânicos Exigem Fim do "Escaneamento Sem Consentimento"

Quase 1.500 artistas do Reino Unido, incluindo estrelas como Emma D'Arcy ("A Casa do Dragão") e Tamsin Greig, assinaram uma carta aberta contundente através do sindicato Equity, exigindo uma regulamentação que proíba estúdios de "escanear digitalmente" seus rostos e performances sem consentimento informado. A carta acusa os produtores de falta de transparência sobre como esses dados biométricos estão sendo armazenados e utilizados, potencialmente para treinar sistemas de IA que poderiam gerar performances sintéticas e, no limite, substituir os próprios atores.

A ação ocorre em um momento crítico, antes de uma reunião de negociação entre o sindicato e a Pact, a associação de produtores do Reino Unido. A demanda dos atores estabelece uma nova frente na batalha pelos direitos na era da IA, movendo o debate do campo da propriedade intelectual (copyright) para o dos direitos pessoais, trabalhistas e de privacidade de dados. Eles argumentam que sua imagem e semelhança digital são dados pessoais e que seu uso deve ser estritamente controlado e compensado.

"Estamos escrevendo antes da reunião de negociação com os Oficiais da Equity em 25 de junho para expressar preocupação com a falta de progresso na garantia de proteções de IA para artistas." — Sindicato de atores Equity

💡 Ponto crítico: Esta mobilização estabelece um precedente global. Assim como o caso da Anthropic redefine as regras para dados textuais, a luta dos atores britânicos busca definir as regras para dados biométricos e de performance, estabelecendo o direito fundamental ao controle sobre a própria identidade digital.

🔗 Leia na íntegra: (https://liberal.com.br/cultura/emma-darcy-e-atores-britanicos-reivindicam-regulamentacao-no-uso-de-ia-2414004/)


🤝 A Nova Estratégia da BingX: Cripto, IA e um Fundo de US$300M

A exchange de criptomoedas BingX anunciou uma ambiciosa estratégia de cinco pilares para se posicionar na vanguarda da convergência entre Web3 e Inteligência Artificial, apoiada por um investimento plurianual de US$ 300 milhões. A iniciativa, chamada "BingX AI Evolution", visa transformar a plataforma de uma simples corretora em um ecossistema de negociação inteligente, oferecendo aos traders ferramentas de IA para análise de dados em tempo real e previsões de mercado.

A estratégia da BingX inclui o lançamento de produtos de nova geração como o "BingX AI" e o "ChainSpot", além de investimentos estratégicos em startups promissoras de Web3 e IA através de seu braço de capital de risco, o BingX Labs. A empresa já listou mais de 35 ativos de negociação focados em IA e está investindo pesado em conformidade regulatória e segurança para construir confiança no mercado. Este movimento sinaliza uma maturação do setor de criptoativos, onde a diferenciação competitiva não virá mais apenas da listagem de novos tokens, mas da oferta de serviços sofisticados e de valor agregado.

"Na BingX, não estamos simplesmente construindo uma plataforma de negociação — estamos desenvolvendo a infraestrutura do ecossistema inteligente do amanhã." — Vivien Lin, CPO da BingX e Chefe do BingX Labs

📊 Impacto: A aposta da BingX na IA irá pressionar outras exchanges de criptomoedas a desenvolverem suas próprias capacidades de análise inteligente. A convergência desses dois setores pode criar novos produtos financeiros e estratégias de negociação, tornando a IA uma ferramenta indispensável para investidores no volátil mercado de ativos digitais.

🔗 Leia na íntegra: Estadão


📝 Paper da Semana

Título: The Unfolding Dialectic: A Comparative Analysis of Human and Artificial Intelligence, its Open Challenges, and Future Prospects

Autor: Ismail A Mageed

Fonte: Preprints.org (24 de Junho de 2025)

Em meio a um turbilhão de notícias sobre avanços industriais e disputas legais, um novo artigo de posição nos convida a dar um passo atrás e refletir sobre uma questão mais fundamental: o que, de fato, significa ser inteligente? O trabalho de Ismail A Mageed oferece um contraponto filosófico, argumentando que o debate "humano vs. IA" é uma falsa dicotomia.

O ponto central do artigo é a distinção entre os dois tipos de "processadores". A inteligência humana, moldada pela evolução, é caracterizada pela sua plasticidade, profundidade emocional e uma notável capacidade de realizar saltos intuitivos e resolver problemas a partir de dados incompletos. Em contraste, a IA moderna, embora sobre-humana em tarefas de reconhecimento de padrões em vastos conjuntos de dados, carece de raciocínio causal, senso comum e compreensão contextual.

O artigo mergulha no que o filósofo David Chalmers chamou de "o problema difícil" da consciência. Enquanto a IA pode simular emoções ou gerar textos que parecem introspectivos, não há qualquer evidência de que ela possua uma experiência subjetiva genuína — o "sentir" que define a consciência. Essa, argumenta o autor, é a fronteira final que separa a biologia do silício.

A conclusão do estudo é otimista e apela para uma mudança de narrativa: de uma competição para uma coevolução. O futuro não está na criação de uma máquina que imita perfeitamente a mente humana, mas em cultivar uma parceria sinérgica. A IA deve ser vista como uma ferramenta poderosa para aumentar a inteligência humana, lidando com a análise de dados em massa para liberar os humanos para aquilo em que são insubstituíveis: criatividade, pensamento crítico, sabedoria e a formulação de novas e profundas perguntas.


Aviso Legal: Este episódio foi gerado de forma 100% automatizada por inteligência artificial. As informações contidas são baseadas em fontes públicas, devidamente listadas na descrição. Não há revisão editorial humana. Recomendamos a consulta direta às fontes originais para confirmação e aprofundamento das informações aqui apresentadas.

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