IA Hoje
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26/06/2025 - Nvidia Vale US$3.7T, EUA Bloqueia IA Chinesa
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26/06/2025 - Nvidia Vale US$3.7T, EUA Bloqueia IA Chinesa

Análise da ascensão da Nvidia a empresa mais valiosa, a nova guerra fria da IA com o bloqueio dos EUA a modelos chineses, e a decisão que redefine o 'fair use'.

Edição #177.2025

Faaaaaala, galera! No episódio do IA Hoje dessa quinta-feira, 26 de junho de 2025, testemunhamos um dia de colisão histórica entre duas forças monumentais que definem o nosso tempo. De um lado, o poder bruto do capital e do mercado coroa a Nvidia como a empresa mais valiosa do mundo, um marco que simboliza a força irrefreável da revolução industrial da inteligência artificial. Do outro, vemos as poderosas forças da governança e da geopolítica reagindo com uma urgência sem precedentes. O Congresso dos EUA avança com um projeto de lei para proibir modelos de IA de nações adversárias, efetivamente erguendo uma nova cortina de ferro digital. Ao mesmo tempo, uma decisão judicial histórica no caso Anthropic redefine as regras do jogo para toda a indústria, estabelecendo que treinar IA é "uso justo", mas usar dados piratas para isso é crime, criando um novo e complexo manual de operações para a economia de dados. Enquanto essas batalhas de titãs se desenrolam, seus efeitos já chegam até nós, com o Google democratizando o desenvolvimento com novas ferramentas como o Gemini CLI e o WhatsApp começando a usar IA para resumir nossas conversas. No Brasil, o setor público mostra uma surpreendente vanguarda, aplicando IA para resolver problemas concretos de infraestrutura e segurança. No episódio de hoje, vamos dissecar essa tensão fundamental entre o crescimento explosivo da IA e a corrida desesperada da sociedade para construir suas grades de contenção.

🎯 Os destaques de hoje

Nvidia no Topo do Mundo: A fabricante de chips atinge um valor de mercado de US$ 3,75 trilhões, tornando-se a empresa mais valiosa do mundo e consolidando a IA como a força motriz da economia global.

A Muralha Digital Americana: Congresso dos EUA propõe lei para proibir o uso de modelos de IA de nações adversárias, como a China, em agências federais, formalizando uma nova frente na guerra fria tecnológica.

A Sentença do Fair Use: Justiça dos EUA decide que treinar IA com obras protegidas é "uso justo", mas usar dados piratas para isso é crime, uma decisão que redefine a economia de dados para a indústria.

O Terminal Inteligente do Google: Google lança o Gemini CLI, uma ferramenta de linha de comando open-source que integra IA diretamente no terminal dos desenvolvedores, acelerando a democratização do desenvolvimento.


🇧🇷 Panorama Brasil

💡 O Setor Público Brasileiro Vira Laboratório de IA

Contrariando a percepção comum de burocracia e lentidão, o setor público brasileiro está emergindo como um sofisticado laboratório para a aplicação de tecnologias emergentes. Um artigo de opinião na Exame destaca como órgãos como a Receita Federal do Brasil (RFB) estão na vanguarda dessa transformação, utilizando um arsenal tecnológico que inclui Inteligência Artificial, Big Data e blockchain para otimizar suas operações e aumentar a eficiência. Essa revolução silenciosa está posicionando o Brasil entre os países mais inovadores no uso governamental de IA.

A RFB, por exemplo, não apenas utiliza blockchain para garantir a segurança e a interoperabilidade de dados como o CPF, mas também emprega IA e Big Data para processar em nuvem um volume massivo de informações fiscais, contábeis e financeiras. Essa capacidade ampliou exponencialmente a detecção de fraudes e ilegalidades, ao mesmo tempo que viabilizou a integração de plataformas cruciais como o Gov.br e o CadÚnico. A modernização se estende a sistemas como a E-Financeira, que agora busca incorporar novos meios de pagamento como PIX e moedas eletrônicas, alinhando o país a compromissos internacionais de transparência fiscal. O que se observa é uma mudança de um estado reativo para um proativo, que usa a tecnologia não apenas para fiscalizar, mas para construir um governo mais integrado e eficiente.

"O maior entrave à inovação disruptiva no setor público não é o tecnológico – é humano." — Luciana Solar, auditora na Receita Federal

🎯 O que está em jogo: Esta transformação vai muito além da simples eficiência administrativa. Trata-se da construção de uma soberania digital e de dados. Ao desenvolver e implementar suas próprias capacidades tecnológicas avançadas, o setor público brasileiro reduz sua dependência de plataformas e fornecedores estrangeiros. Este movimento cria um modelo de autonomia tecnológica que pode ser replicado em outras áreas do governo e servir de exemplo para outras nações do Sul Global que buscam navegar na nova ordem digital sem se tornarem meras colônias de dados das big techs.

🔗 Leia na íntegra: Exame


🚓 "Mike", a IA da PM de SP, Supera 1 Milhão de Atendimentos

A Polícia Militar de São Paulo anunciou que seu sistema de inteligência artificial, apelidado de "Mike", já superou a marca de 1 milhão de atendimentos desde sua implementação em junho de 2024. A tecnologia foi projetada para um fim específico: despachar automaticamente ocorrências de perturbação de sossego, um dos tipos de chamado mais volumosos e de menor urgência recebidos pelo número 190. Ao identificar essa demanda, a ligação é redirecionada para o sistema automatizado, que coleta os dados necessários e registra a ocorrência.

O sucesso da iniciativa é medido não apenas pelo volume de chamadas processadas, mas pelo impacto direto na eficiência do serviço de emergência. O sistema "Mike" é capaz de lidar com até 300 chamadas simultaneamente, o que desafoga as linhas telefônicas e reduz o tempo de espera. Com isso, os operadores humanos podem se concentrar em casos críticos que exigem intervenção imediata, como crimes em andamento ou acidentes graves. A automação também diminuiu o número de desistências por espera prolongada, garantindo que mais cidadãos consigam registrar suas queixas de forma ágil.

"O redirecionamento das ocorrências de barulho para o 'Mike' trouxe redução no tempo de resposta para chamadas de emergência. Esses atendimentos passaram a priorizar os casos críticos, com consequente aumento da efetividade do serviço." — Coronel Carlos Alexandre Marques, chefe do Copom

💡 Ponto crítico: Este é um exemplo clássico e bem-sucedido da aplicação de "IA como Aumento" em oposição à "IA como Substituição". O sistema não tem como objetivo substituir policiais ou operadores humanos, mas sim aumentar a capacidade de todo o ecossistema de resposta a emergências. Ao filtrar e automatizar tarefas de baixo risco e alto volume, a tecnologia libera recursos humanos valiosos para onde eles são mais necessários. Esta aplicação prática e direcionada da IA é onde a tecnologia entrega um valor imediato e mensurável no setor público, servindo como uma poderosa contranarrativa aos temores de desemprego em massa e demonstrando um caminho pragmático para a modernização dos serviços essenciais.

🔗 Leia na íntegra:(https://www.tecmundo.com.br/seguranca/405361-ia-da-policia-de-sp-supera-a-marca-de-1-milhao-de-atendimentos.htm)


🚀 Negócios & Startups

👑 Nvidia Coroada: US$ 3,75 Trilhões e o Trono do Mercado

Em um dia histórico para os mercados financeiros, a Nvidia consolidou sua posição como a força motriz da economia de IA, atingindo um valor de mercado de US$ 3,75 trilhões e ultrapassando a Microsoft para se tornar a empresa mais valiosa do mundo. A alta de quase 4% nas ações na quarta-feira levou o papel a um novo recorde, culminando uma ascensão meteórica impulsionada pela demanda insaciável por suas unidades de processamento gráfico (GPUs), o hardware essencial que alimenta a revolução da inteligência artificial generativa.

O otimismo do mercado é alimentado por projeções extremamente agressivas. Analistas da Loop Capital, por exemplo, estimam que o valor da empresa possa chegar a US$ 6 trilhões, enquanto o Bank of America reafirma que a Nvidia "continua sendo a líder indiscutível em desempenho" no setor de semicondutores. Essa valorização reflete a crença de que a empresa está posicionada de forma única para capturar uma fatia massiva de um mercado de IA que, segundo algumas projeções, pode atingir US$ 2 trilhões até 2028. A demanda por seus chips, como os da aguardada arquitetura Blackwell, vem de todos os cantos: de gigantes da nuvem que constroem data centers a empresas de todos os setores que correm para desenvolver suas próprias capacidades de IA.

"Acreditamos que a Nvidia continua sendo a líder indiscutível em desempenho entre as empresas de semicondutores à medida que o mercado de IA acelera." — Analistas do Bank of America

📊 Impacto: A avaliação da Nvidia transcendeu o status de uma simples métrica financeira; ela se tornou o principal barômetro para todo o setor de IA. Seu valor de mercado agora funciona como um termômetro da confiança dos investidores na totalidade da revolução da inteligência artificial. Essa capitalização colossal confere à Nvidia um poder de fogo financeiro e uma influência sem precedentes para moldar o ecossistema, seja através de investimentos estratégicos em startups promissoras ou de parcerias que definem os padrões da indústria. Isso cria um ciclo de feedback poderoso e auto-reforçador, onde seu domínio de mercado financia a inovação que, por sua vez, solidifica ainda mais seu domínio.

🔗 Leia na íntegra: Investopedia


💰 O Fundo Climático: US$ 348 Milhões para uma IA Verde

A Norrsken VC, uma empresa de capital de risco iniciada pelo cofundador da Klarna, Niklas Adalberth, anunciou um compromisso de US$ 348 milhões para investir em startups de inteligência artificial focadas em combater as mudanças climáticas. A iniciativa busca direcionar o imenso poder computacional e analítico da IA para resolver alguns dos desafios mais urgentes do planeta, um movimento que ocorre em meio a um fluxo de capital sem precedentes para o setor de IA, que atraiu mais de US$ 110 bilhões em investimentos no ano passado.

O investimento, no entanto, nasce de um paradoxo fundamental: a própria indústria de IA é uma grande consumidora de energia, com seus data centers exigindo quantidades massivas de eletricidade para treinamento e inferência de modelos. Reconhecendo essa tensão, a Norrsken declarou que o fundo buscará ativamente empresas que trabalhem para mitigar esse impacto. Um exemplo citado é a Submer Technologies, que desenvolve data centers "mais inteligentes e limpos". A estratégia é, portanto, dupla: financiar IAs que resolvem problemas climáticos e, ao mesmo tempo, financiar startups que tornam a própria infraestrutura de IA mais sustentável.

"Adoraríamos ver a IA, com todo o seu poder, ser usada para resolver alguns dos maiores desafios que existem." — Tove Larsson, General Partner da Norrsken

🔎 Olhar adiante: Esta iniciativa representa a maturação do investimento ESG (Ambiental, Social e Governança) dentro do ecossistema de IA. É o reconhecimento de que a indústria não pode mais ignorar sua pegada ambiental massiva. Este movimento ajudará a criar e a financiar uma nova e competitiva vertical de startups de "IA Verde", focadas em tudo, desde algoritmos e hardware energeticamente eficientes até soluções climáticas impulsionadas por IA. Isso, por sua vez, aumentará a pressão sobre os grandes provedores de nuvem, como Amazon, Google e Microsoft, para que acelerem suas próprias iniciativas de sustentabilidade e ofereçam soluções de computação mais ecológicas para permanecerem competitivos.

🔗 Leia na íntegra:(https://www.pymnts.com/artificial-intelligence-2/2025/klarna-co-founders-vc-firm-pledges-348-million-to-climate-focused-ai/)


🔬 Pesquisa & Desenvolvimento

🤖 Google Libera o Gemini CLI: IA na Ponta dos Dedos do Desenvolvedor

O Google lançou o Gemini CLI, uma nova interface de linha de comando (CLI) de código aberto que integra seus modelos de IA Gemini diretamente no terminal dos desenvolvedores. Para o público não técnico, uma CLI é uma forma de interagir com um computador usando comandos de texto em vez de uma interface gráfica. A ferramenta, liberada sob a licença permissiva Apache 2.0, permite que programadores realizem tarefas complexas como gerar e depurar código, ler e escrever arquivos, e executar comandos no sistema operacional usando apenas linguagem natural.

A oferta é particularmente agressiva em sua gratuidade. O Gemini CLI conecta-se ao poderoso modelo Gemini 2.5 Pro e oferece uma janela de contexto de 1 milhão de tokens — a maior disponível publicamente para uma ferramenta desse tipo. Além disso, a cota gratuita permite até 60 solicitações por minuto e 1.000 por dia, o que o Google afirma ser o maior limite gratuito para ferramentas de IA para desenvolvedores. Essa estratégia visa colocar o poder da IA generativa diretamente no fluxo de trabalho principal dos programadores, tornando-a uma assistente onipresente e de baixo atrito.

"Ele fornece acesso leve ao Gemini, dando a você o caminho mais direto do seu prompt para o nosso modelo." — Taylor Mullen e Ryan J. Salva, Google

💡 Ponto crítico: O lançamento do Gemini CLI é uma jogada clássica e inteligente de guerra de plataformas. Ao oferecer uma ferramenta poderosa, de código aberto e com um nível gratuito extremamente generoso, o Google não está apenas facilitando a vida dos desenvolvedores. A empresa está competindo agressivamente com o GitHub Copilot (da Microsoft/OpenAI) pelo recurso mais valioso da economia da IA: a atenção e a lealdade dos desenvolvedores. O objetivo estratégico é incorporar o ecossistema Gemini tão profundamente nos fluxos de trabalho de programação que ele se torne o padrão de fato. Isso cria uma base de usuários cativa que, a longo prazo, impulsionará a adoção dos serviços de nuvem pagos e mais lucrativos do Google, como o Vertex AI.

🔗 Leia na íntegra:(https://adtmag.com/articles/2025/06/25/google-launches-gemini-cli.aspx)


🗣️ Inworld Democratiza a Voz da IA com o Modelo TTS-1

A Inworld AI, uma empresa focada em personagens de IA, lançou o TTS-1, um novo modelo de texto para fala (Text-to-Speech, ou TTS) que visa resolver um dilema central para os desenvolvedores: a escolha entre voz de alta qualidade, que é cara e lenta, e soluções acessíveis que soam robóticas e sem vida. O TTS-1 foi projetado para oferecer o melhor dos dois mundos: uma fala realista, rica em emoção e com baixa latência (o primeiro trecho de áudio fica pronto em 500 milissegundos), a um preço disruptivo de apenas US$ 5 por milhão de caracteres.

O modelo não se limita a gerar uma fala de alta fidelidade; ele também oferece clonagem de voz "zero-shot" (que requer apenas uma pequena amostra de áudio) e está sendo aprimorado com "marcações de áudio" que permitem ao desenvolvedor controlar o tom da fala, como "feliz" ou "sussurrando". Para fomentar a inovação e a adoção, a Inworld anunciou que irá publicar um relatório técnico detalhado e abrir o código de seu repositório de treinamento no GitHub sob uma licença comercialmente permissiva, capacitando a comunidade a construir sobre seu trabalho.

"Por muito tempo, os desenvolvedores enfrentaram uma falsa escolha: usar uma fala expressiva e de alta qualidade que é lenta e cara, ou se contentar com soluções acessíveis que carecem de realismo." — Inworld AI

📊 Impacto: Este movimento da Inworld tem como objetivo comoditizar a camada de voz da inteligência artificial. Ao reduzir drasticamente o custo e a barreira técnica para a geração de voz de alta qualidade, a empresa está se posicionando para se tornar o "motor de voz" padrão para uma nova geração de aplicações interativas. Isso inclui desde personagens não-jogáveis (NPCs) em videogames até assistentes virtuais e companheiros de IA. A estratégia pressiona as soluções proprietárias e caras existentes e, mais importante, acelera a inovação ao permitir que desenvolvedores independentes e equipes menores integrem voz de nível profissional em seus produtos, algo que antes era privilégio de grandes estúdios.

🔗 Leia na íntegra:(https://gamesbeat.com/inworld-ai-launches-tts-1-text-to-speech-ai-model/)


⚖️ FAIR ou FAKE? Paper do arXiv Questiona Vieses em Recomendações

Um novo artigo científico publicado no repositório arXiv por pesquisadores da Universidade de Nanjing aborda um dos problemas mais sutis e persistentes da IA: o viés em sistemas de recomendação. O estudo explica que os sistemas que sugerem produtos, filmes ou notícias (chamados de sistemas de recomendação sequencial) podem, inadvertidamente, criar "bolhas informacionais" ou "casulos de informação". Isso acontece porque os modelos aprendem com o comportamento passado dos usuários e, se um grupo com uma característica sensível (como gênero) tende a preferir um certo tipo de conteúdo, o sistema reforça esse padrão, limitando a diversidade das recomendações para todo o grupo.

Para combater isso, os pesquisadores propõem um novo modelo chamado FairGENRec. A grande inovação é o uso de uma técnica chamada Modelo de Difusão (Diffusion Model, ou DM). Em termos simples, um DM funciona adicionando sistematicamente "ruído" (informação aleatória) aos dados e, em seguida, aprendendo a remover esse ruído para reconstruir a informação original. O truque do FairGENRec é guiar esse processo para que, ao remover o ruído, ele também remova os padrões indesejados associados aos vieses, ao mesmo tempo que preserva as preferências genuínas do usuário. O objetivo é alcançar recomendações mais justas e diversas sem sacrificar a precisão.

"Este artigo propõe um modelo de Recomendação Sequencial Gerativa Justa (FairGENRec) baseado em DM... para aliviar o viés de recomendação causado por características sensíveis do usuário." — Liu, Wu, Zhu, Universidade de Nanjing

🔎 Olhar adiante: Esta pesquisa é extremamente relevante para o futuro da IA. À medida que avançamos para um mundo com agentes de IA que tomarão decisões e realizarão ações em nosso nome, garantir que a lógica de recomendação subjacente a eles seja justa e imparcial torna-se uma questão de segurança e ética fundamental. Este trabalho representa uma mudança importante de uma abordagem que apenas

detecta o viés para uma que busca projetar sistemas para serem justos desde o início. É um passo crucial na construção de sistemas autônomos em que possamos confiar, garantindo que nossos assistentes digitais do futuro expandam nossos horizontes em vez de nos prenderem em estereótipos algorítmicos.

🔗 Leia na íntegra: arXiv


🌎 Tendências Globais & Ferramentas

⚖️ A Decisão Histórica: Treinar IA é 'Fair Use', Mas Pirataria é Crime

Em uma das decisões judiciais mais aguardadas pela indústria de tecnologia, um juiz federal de São Francisco proferiu um veredito histórico no caso de autores contra a Anthropic, criadora do modelo Claude. A decisão estabelece um precedente crucial com uma natureza dupla: primeiro, o ato de treinar um modelo de linguagem em livros protegidos por direitos autorais é considerado uma aplicação transformadora e, portanto, se qualifica como "uso justo" (fair use) sob a lei dos EUA. Esta é uma vitória monumental para os laboratórios de IA, que agora têm uma base legal mais sólida para o seu processo de treinamento.

No entanto, a vitória veio com uma ressalva gigantesca e igualmente importante. O mesmo juiz determinou que a Anthropic violou a lei de direitos autorais ao usar cópias pirateadas de livros para alimentar seus modelos. A decisão separa o processo (treinar, que é legal) da fonte dos dados (usar material pirateado, que é ilegal). A Anthropic agora enfrentará um julgamento para determinar as indenizações, que podem ser astronômicas. Este veredito cria uma nova e complexa realidade jurídica que redefine as regras para toda a indústria.

"Se você não tem um resultado substancialmente semelhante, o fato de que ele pode lhe dar obras em um estilo semelhante, ou que competem amplamente, não é um dano que seja compensável." — Aaron Moss, especialista em direito de IA, citado na Bloomberg Law

🎯 O que está em jogo: Esta decisão marca o fim da era do "Velho Oeste" na aquisição de dados para treinamento de IA. Ao validar o processo de treinamento como uso justo, o tribunal evitou paralisar a inovação. Contudo, ao criminalizar o uso de fontes piratas, a decisão fortalece imensamente o poder de negociação de detentores de conteúdo, como editoras, estúdios e meios de comunicação. Isso efetivamente cria um novo mercado multibilionário para dados de treinamento de alta qualidade e licenciados legalmente. A partir de agora, a procedência dos dados será tão importante quanto os algoritmos, forçando os laboratórios de IA a buscar parcerias e acordos de licenciamento, o que irá remodelar fundamentalmente a cadeia de suprimentos e a economia da inteligência artificial.

🔗 Leia na íntegra:(https://janefriedman.com/federal-judge-rules-that-ai-model-training-is-fair-use-with-one-big-caveat/)


🧱 EUA Constroem Muralha Digital Contra IA da China

Uma coalizão bipartidária no Congresso dos Estados Unidos introduziu uma legislação chamada "No Adversarial AI Act" (Lei Contra IA Adversária), que visa proibir o uso de sistemas de inteligência artificial desenvolvidos em nações consideradas adversárias, como China, Rússia, Irã e Coreia do Norte, em todas as agências do governo federal. A proposta reflete uma preocupação crescente em Washington sobre as implicações de segurança nacional de tecnologias de IA desenvolvidas no exterior, especialmente aquelas que podem ter laços com aparatos militares ou de inteligência estrangeiros.

A iniciativa legislativa ganhou força após um relatório indicar que a desenvolvedora de IA chinesa DeepSeek poderia estar apoiando o complexo militar de Pequim e que teria tido acesso a uma quantidade substancial de semicondutores avançados da Nvidia, essenciais para o treinamento de modelos de ponta. O projeto de lei instrui o Conselho de Segurança de Aquisições Federais a manter uma lista dinâmica de modelos de IA proibidos, criando o que os proponentes chamam de um "firewall permanente" para proteger as redes mais sensíveis do governo americano.

"Os EUA devem traçar uma linha dura: sistemas de IA hostis não têm lugar para operar dentro do nosso governo." — Deputado John Moolenaar

💡 Ponto crítico: Esta legislação representa a formalização da balkanização do ecossistema global de IA. O movimento vai além dos controles de exportação de hardware (como os chips da Nvidia) e passa a restringir o uso do próprio software e dos modelos de IA. Isso acelera a criação de ecossistemas tecnológicos separados e, muitas vezes, não interoperáveis — um liderado pelo Ocidente e outro pela China. Essa fratura digital, ou "splinternet", forçará empresas globais, pesquisadores e até mesmo nações aliadas a navegar em um cenário regulatório cada vez mais complexo e politizado, onde a origem de uma tecnologia pode ser tão importante quanto sua capacidade.

🔗 Leia na íntegra:(https://www.pymnts.com/cpi-posts/us-lawmakers-seek-to-block-use-of-chinese-ai-models-in-federal-agencies/)


💬 WhatsApp Começa a Resumir Suas Conversas com IA

O WhatsApp começou a liberar oficialmente nos Estados Unidos uma nova funcionalidade que utiliza a Meta AI para gerar resumos de mensagens não lidas. O recurso foi projetado para ajudar os usuários a se atualizarem rapidamente em conversas movimentadas, especialmente em grupos, onde o volume de mensagens pode ser esmagador. Ao entrar em um chat com muitas mensagens novas, o usuário verá um balão sugerindo um resumo, que, ao ser tocado, fornecerá uma recapitulação concisa do que foi discutido.

O ponto mais crucial do lançamento é a forte ênfase na privacidade. A Meta afirma que a funcionalidade utiliza uma "Tecnologia de Processamento Privado", o que significa que os resumos são gerados no dispositivo do usuário. Segundo a empresa, nem a Meta nem o WhatsApp podem ver o conteúdo das mensagens originais ou dos resumos gerados. Além disso, o recurso é "opt-in", ou seja, desativado por padrão, exigindo que o usuário o habilite ativamente nas configurações de privacidade, dando-lhe controle total sobre quais chats podem ser usados para recursos de IA.

"Os Resumos de Mensagens usam tecnologia de Processamento Privado, que permite à Meta AI gerar uma resposta sem que a Meta ou o WhatsApp jamais vejam suas mensagens ou os resumos privados." — WhatsApp

📊 Impacto: Este é um passo gigantesco para tornar a IA agentiva e assistiva uma realidade cotidiana para bilhões de pessoas. Ao integrar um recurso de IA genuinamente útil em uma das ferramentas de comunicação mais usadas do mundo, a Meta está normalizando a ideia de ter assistentes de IA que nos ajudam a gerenciar nosso fluxo de informações. A abordagem "privacy-first" (privacidade em primeiro lugar) não é acidental; é uma resposta direta ao ceticismo do público e uma estratégia chave para construir a confiança necessária para a adoção em massa. Isso estabelece um precedente importante sobre como outros recursos de IA voltados para o consumidor provavelmente serão implementados: com foco na utilidade prática e com fortes garantias de privacidade e controle do usuário.

🔗 Leia na íntegra: 9to5Mac


🎙️ Convite para Seguir & Avaliar

O mundo da IA se move em uma velocidade alucinante, com reviravoltas no mercado, leis sendo escritas e novas ferramentas surgindo todos os dias, como vimos hoje.

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Aviso Legal: Este episódio foi gerado de forma 100% automatizada por inteligência artificial. As informações contidas são baseadas em fontes públicas, devidamente listadas na descrição. Não há revisão editorial humana. Recomendamos a consulta direta às fontes originais para confirmação e aprofundamento das informações aqui apresentadas.

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